BOIADEIRO
A linha de boiadeiros na Umbanda é uma das mais populares e queridas pelos umbandistas. Ela é formada por espíritos que, em suas encarnações passadas, foram boiadeiros, vaqueiros, tropeiros, peões, laçadores, domadores, entre outros trabalhadores ligados ao campo e ao gado. Esses espíritos trazem consigo a sabedoria, a força, a coragem, a alegria, a simplicidade e a fé dos homens e mulheres que viveram na lida do sertão.
Os boiadeiros são considerados guardiões da lei e da ordem, pois em vida tinham a missão de conduzir as boiadas pelos caminhos perigosos e incertos, enfrentando todo tipo de obstáculo e inimigo. Eles também são protetores dos animais, da natureza e dos necessitados, pois em vida tinham um grande amor e respeito por tudo que Deus criou. Eles são mestres da magia, pois em vida conheciam os segredos das ervas, das pedras, das águas, dos ventos e dos raios.
Os boiadeiros se manifestam na Umbanda através de médiuns incorporados, que assumem as características, os trejeitos, as vestimentas e os objetos dos boiadeiros. Eles costumam usar chapéus, lenços, botas, esporas, laços, chicotes, facas, berrantes, entre outros. Eles falam de forma simples, direta e bem-humorada, usando muitos ditados e expressões populares. Eles gostam de cantar, dançar, bater palmas e assoviar, imitando o som dos animais e dos elementos da natureza.
Os boiadeiros atendem aos pedidos e às necessidades dos consulentes, dando conselhos, orientações, passes, benzimentos, desobsessões, limpezas, aberturas de caminhos, entre outros. Eles também trabalham na defesa e na proteção dos terreiros, dos médiuns e dos frequentadores, combatendo as forças negativas e os espíritos obsessores. Eles são leais, justos, honestos e generosos, mas também são severos, firmes e exigentes com quem os procura. Eles não toleram a mentira, a falsidade, a ingratidão, a covardia, a preguiça, a vaidade, a soberba, a maldade, entre outros defeitos humanos.
Os boiadeiros são regidos por Ogum, o orixá da guerra, da coragem, da justiça, do ferro e do fogo. Eles também têm afinidade com Xangô, o orixá da justiça, do direito, do trovão e do raio, e com Iansã, a orixá dos ventos, das tempestades, da liberdade e da transformação. Eles são saudados com o grito de Jetruá Boiadeiro e também “Boiadeiro, ê ê, Boiadeiro, á á!”, que significa “Boiadeiro, vem, vem, Boiadeiro, vai, vai!”. Eles são homenageados no dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, que também é considerado o padroeiro dos boiadeiros.
Amalá: 7 velas amarelas com marrom. Comida dentro de uma gamela: arroz integral, virado de feijão preto, batata assada, rapadura, cocada, arroz mineiro, arroz tropeiro. Podem ser usadas moranga, flores do campo, cigarros ou cigarrilhas.
Bebida: marafo ou batida de coco.
CIGANO
A linha de ciganos na Umbanda é uma das mais misteriosas e fascinantes. Ela é formada por espíritos que, em suas encarnações passadas, foram ciganos, nômades, viajantes, comerciantes, adivinhos, entre outros povos que viveram na liberdade e na diversidade cultural. Esses espíritos trazem consigo a sabedoria, a alegria, a sedução, a magia, a prosperidade e a fé dos homens e mulheres que viveram na estrada da vida.
Os ciganos são considerados guardiões do destino, da sorte, do amor, da prosperidade e trabalho pois em vida tinham a missão de desvendar os mistérios do futuro e do passado, usando seus dons e seus instrumentos, como cartas, bolas de cristal, pêndulos, dados, moedas, entre outros. Eles também são protetores da família, do amor e da riqueza, pois em vida tinham um grande amor e respeito pelos seus laços de sangue e de alma. Eles são mestres da magia, pois em vida conheciam os segredos das cores, das velas, das pedras, das plantas, das águas, dos ventos e das fogueiras.
Os ciganos se manifestam na Umbanda através de médiuns incorporados, que assumem as características, os trejeitos, as vestimentas e os objetos dos ciganos. Eles costumam usar lenços, saias, pulseiras, brincos, colares, anéis, entre outros. Eles falam de forma alegre, envolvente e sábia, usando muitos ditados e expressões ciganas. Eles gostam de cantar, dançar, bater palmas e tocar instrumentos, como violões, pandeiros, castanholas, entre outros. Eles são leais, justos, honestos e generosos, mas também são livres, aventureiros, apaixonados e orgulhosos. Eles não toleram a mentira, a falsidade, a traição, a covardia, a mesquinhez, a inveja, a maldade, entre outros defeitos humanos.
Os ciganos são regidos por Oxalá, o orixá da paz, da luz, da criação e do pão. Eles também têm afinidade com Oxum, a orixá do amor, da beleza, da fertilidade e do ouro, e com Iansã, a orixá dos ventos, das tempestades, da liberdade e da transformação. Eles são saudados com o grito de “Optchá, Optchá, Cigano, Optchá!”, que significa “Salve, Salve, Cigano, Salve!”. Eles são homenageados no dia 24 de maio, dia de Santa Sara Kali, a padroeira dos ciganos.
Amalá: 7 velas coloridas (exceto na cor preta), frutas como maçã, pêssego, uva principalmente. Dentro de uma gamela, arroz integral e batatas assadas pequenas e descascadas, cobertas com canela e mel, tudo arranjado com flores.
Bebida: vinho tinto para cigano e para a cigana vinho branco.
MARINHEIRO
A linha de Marinheiros na Umbanda é uma das mais alegres e animadas. Ela é formada por espíritos que, em suas encarnações passadas, foram marinheiros, navegadores, pescadores, piratas, corsários, entre outros trabalhadores ligados ao mar e aos rios. Esses espíritos trazem consigo a sabedoria, a força, a coragem, a aventura, a magia, a prosperidade e a fé dos homens e mulheres que viveram nas águas da vida.
Os Marinheiros são considerados guardiões do equilíbrio e da harmonia, pois em vida tinham a missão de navegar pelos mares e rios, enfrentando todo tipo de perigo e desafio, buscando novas terras, novas culturas e novos conhecimentos. Eles também são protetores da saúde, do trabalho e da fartura, pois em vida tinham um grande amor e respeito pelo mar, que lhes dava o sustento, o alimento, o remédio. Eles são mestres da magia, pois em vida conheciam os segredos das conchas, das pérolas, das algas, das águas, dos ventos e das estrelas.
Os Marinheiros se manifestam na Umbanda através de médiuns incorporados, que assumem as características, os trejeitos, as vestimentas e os objetos dos Marinheiros. Eles costumam usar chapéus, bonés, lenços, camisas, calças, botas, entre outros. Eles falam de forma divertida, descontraída e sábia, usando muitos ditados e expressões marinheiras. Eles gostam de cantar, dançar, bater palmas e tocar instrumentos, como violões, acordeons, tambores, entre outros.
Os Marinheiros são regidos por Iemanjá, a orixá do mar, da maternidade, da fertilidade e da rainha. Eles também têm afinidade com Oxum, a orixá dos rios, do amor, da beleza e do ouro, e com Oxalá, a orixá da paz, da luz, da criação e do pão. Eles são saudados com o grito de “Salve, Salve, Marinheiro, Salve!”, que significa “Salve, Salve, Marinheiro, Salve!”. Eles são homenageados no dia 15 de novembro, dia de Nossa Senhora da Boa Viagem, a padroeira dos Marinheiros.
Amalá: 7 velas azul e branco, arroz branco, arroz cru, batata com mel, pedaços de coco, cigarro, cachaça e cravo.
BAIANOS
A linha de Baianos na Umbanda é uma das mais populares e queridas pelos umbandistas. Ela é formada por espíritos que, em suas encarnações passadas, foram baianos, nordestinos, sertanejos, capoeiristas, cozinheiros, comerciantes, entre outros trabalhadores ligados à cultura e à religiosidade da Bahia. Esses espíritos trazem consigo a sabedoria, a alegria, a fé, a magia, a prosperidade e a força dos homens e mulheres que viveram na terra do axé.
Os Baianos são considerados guardiões da lei e da ordem, pois em vida tinham a missão de preservar e divulgar o culto aos orixás, enfrentando todo tipo de obstáculo e preconceito. Eles também são protetores da família, do amor e da riqueza, pois em vida tinham um grande amor e respeito pelos seus laços de sangue e de alma.
Os Baianos se manifestam na Umbanda através de médiuns incorporados, que assumem as características, os trejeitos, as vestimentas e os objetos dos Baianos. Eles costumam usar chapéus, lenços, camisas, calças, colares, pulseiras, entre outros. Eles falam de forma alegre, envolvente e sábia, usando muitos ditados e expressões baianas. Eles gostam de cantar, dançar, bater palmas e tocar instrumentos, como pandeiros, berimbaus, entre outros.
Os Baianos são regidos por Oxalá, o orixá da paz, da luz, da criação e do pão. Eles também têm afinidade com Iansã, a orixá dos ventos, das tempestades, da liberdade e da transformação, e com Ogum, o orixá da guerra, da coragem, da justiça, do ferro e do fogo. Eles são saudados com o grito de “É da Bahia meu pai!”
ZÉ PELINTRA
Zé Pelintra é o mais famoso e respeitado dos Malandros na Umbanda, também “arriando” em linha de Baianos e Exu. Ele é uma entidade que surgiu no Catimbó, uma religião de origem nordestina, e que foi incorporada pela Umbanda, tendo seu culto difundido em todo o Brasil. Ele é considerado o patrono dos bares, dos locais de jogo e das sarjetas, mas também um obreiro da caridade e da feitura de obras boas. Ele é a transcrição arquetípica do malandro, que viveu na marginalidade, mas que não perdeu a fé, a alegria e a bondade.
Zé Pelintra se apresenta na Umbanda como um malandro carioca, vestindo terno branco, sapatos bicolor, gravata vermelha e chapéu panamá. Ele também pode se apresentar como um sertanejo nordestino, vestindo camisa branca, calça branca, lenço vermelho e chapéu de palha. Ele fuma cigarros de palha ou charutos e bebe cachaça ou whisky. Ele fala de forma divertida, descontraída e sábia, usando muitos ditados e expressões malandras. Ele gosta de cantar, dançar, bater palmas e tocar instrumentos, como tambores, pandeiros, berimbau entre outros. Ele é leal, justo, honesto e generoso, mas também é livre, aventureiro, apaixonado e brincalhão.
Amalá: 7 velas amarelas (se for para S. Zé Pelintra, velas amarelas e pretas se for para o S. Boca de Ouro acrescentar uma bicolor vermelho e preto). Coco, cocada, água de coco, mandioca cozida regada com azeite de dendê, limões. Servir cachaça, água, cerveja e cigarros.